sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Vargas Llosa: Nobel merecido

O primeiro livro dele que eu li foi "Conversa na Catedral". De enfiada.  Muitas outras pessoas, como eu, nunca esqueceram o personagem que, volta e meia, perguntava: mas quando foi mesmo que o Peru se fodeu? Era na ditadura e queríamos esta resposta também para o Brasil.  Nunca tive a resposta mas, apesar de tantos romances dele que vieram depois, Conversa na Catedral continuou sendo, para mim, o melhor de gtodos. Na UnB, nos anos 70, eu era lider estudantil, convidamo-lo para uma palestra e ele foi. Apagaram as luzes mas ele falou assim mesmo. Decepcionei-me um pouco com algumas posições politicas que ele assumiu mas nunca com sua literatura, com sua clarividência, com sua defesa da democracia  Estes dias li uma entrevista dele ao Estadão e não parecia mesmo esperar pelo Nobel. Falou de dois livros novos que anotei para comprar. Um de artigos sobre questões politicas e outros temas - Sabres & Utopias. Outro, o novo romance,  "O sonho do celta", baseado na vida de Roger Casement,  diplomata inglês de origem irlandesa que deixou pegadas mundo afora. Gostei do modo nao-rancoroso com que ele se referiu a Gabriel Garcia Marquez, ex-amigo com quem rompeu, nesta entrevista a Laura Greenhalg.  Reconheceu sua grandeza e o merecimento do Nobel. Agora, os dois o têm, para orgulho dos latino-americanos que sempre gostamos de ambos.

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