Leio na Télam (agencia pública de notícias argentina) a matéria " La triste mirada del diario The Wall Street Journal" : o jornal americano publicou que, com a morte de Néstor Kirchner, os ativos e ações argentinos estavam se recuperando. Realmente, um glacial olhar de mercado sobre circunstâncias humanas.
Aqui no Brasil também sobrou deselegância, para não dizer outra coisa, em relação ao país vizinho e parceiro estratégico na morte de seu mais importante líder político contemporâneo. A sub-manchete desta quinta-feira, 28, do jornal O Estado de São Paulo foi: "Enfarte mata Néstor Kirchner, presidente "de fato" da Argentina. O Globo foi apenas mais sutil ao perguntar: "E agora, Argentina?".
Ambos ofendem a presidente Cristina Kirchner, que nesta hora de grande dor, com o velorio ainda em curso, é questionada como governante, é tratada como marionete do mariodo morto, cujo desaparecimento suscita a pergunta de "O Globo". "E agora, Argentina? " é uma forma de dizer: Foram eleger uma mulher, como farão agora, com a morte do marido que "de fato" governava?
Mulheres no poder, eis uma coisa que os conservadores não conseguem mesmo suportar. Cristina não é uma marionete, não é uma tonta. É inteligente e culta, tem luz política própria, embora tivesse fina sintonia com Néstor Kirchner. Agora ela é apenas uma mulher ferida e sua expressão dilacerada está comovendo o mundo. Passado o luto, voltará a ser a presidente aguerrida, não só para provar sua autonomia mas também para honrar o legado do marido. O peronismo é uma força colossal na Argentina e a tragédia só tende a fortalecê-lo.
O jornal ameriocano e os dois jornais brasileiros poderiam ter evitado estas "tristes miradas" sobre uma Argentina que chora.
TC
Gente sem alma e sem sangue nas veias.
ResponderExcluirTodo meu abraço e sentimento à família Kirchner
Gilberto Cruvinel
Tereza: É tempo de jornalismo Ctrl C Ctrl V: sem fontes, sem apuração, sem investigação, pesquisa, trabalho de reportagem. Fazer o que?
ResponderExcluirSenão estaríamos lendo: Nem Evita, nem Isabelita.
É Cristina Kirchner, como você bem mostrou.
Antonieta