No início da noite Rodrigo chegou da Universidade e perguntou se eu soubera da morte de Chico Anísio, entretida que andei com obras no jardim. Sim, vi a notícia mais cedo mas foi na conversa com meu filho de 20 anos que me dei conta do quanto lhe devo, eu e os milhões de brasileiros que rimos com ele ao longo de toda ou quase toda a vida. Regredi no tempo para falar ao Rodrigo de personagens que ele não chegou a conhecer.Se eu tivesse que escolher alguma, acho que era o Painho, o pai de santo baiano que desmunhecava e era amigo de celegridades como Gal e Caetano. Entre os tipos criados por Chico
Anício, Painho era o que me arrancava o riso fácil,. mesmo estando no pior dos humores E como esquecer o politicmente incorreto Justo Verissimo que maldizia os pobres. Ele despertou, certamente, pela indignação, alguma fraternidade social. Quando era bem jovem, depois de vir de Minas para Brasilia, eu detestava o Justo Veríssimo, não lia o contradiscurso, apenas a fala linear. Inesquecível o professor Raimundo e todos os tipos de sua escolhinha. Talvez tenha sido este o programa de televisão que mais vezes na vida eu me lembrei de parar para ver. Lembrei-me aidna do Pantaleão, do Azambuja e do exótico Bento Carneiro. De muitos outros não me lembro mais o nome mas a feição e a graça, a fala única. Todos estes tipos e todos os risos que nos deram compoem a dívida que temos para Chico Anísio. Num mundo em que tanta gente nos faz chorar, os que nos fazem rir merecem as maiores homenagens, especialmente quando partem.
Vai Chico, e agora arranque risos dos anjos.
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