Sem memória, não há Cultura, não há História nem Civilização. Assim mesmo, todas em caixa
alta.
A violência e o conflito
pontuam toda a História mas se a humanidade tivesse posto a pedra do
esquecimento sobre as piores passagens da jornada, a civilização não
teria vencido a barbárie.
Os mortos, os feridos e os vencidos só podem ser vingados
pela memória, pela recordação da verdade, para que ela não se repita.
Esquecê-los é novamente matá-los e feri-los. É tratá-los como banais coisas perdidas em algum furacão ou
tempestade.
O esquecimento é analgésico, a verdade é antídoto.
Nos momentos de muita dor, esquecer pode ser uma estratégia
de sobrevivência, uma ponte na travessia.
Mas , passada a noite
escura, é com a verdade que caminhamos
sob o sol.
Por isso os que foram
ao Clube Militar na quinta-feira, 29 de março,
protestar contra a celebração dos 48 anos do golpe militar de 19 64
estão com a razão e com a verdade.
Do lado de dentro estavam os que negam a Verdade.
Os que esconderam ou
queimaram documentos e provas.
Os que apagaram os nomes dos mortos
Nem contam como eles morreram.
Os que não explicam os desaparecimentos
Dos porões nem revelam as covas do Araguaia.
Os que ainda chamam o golpe de revolução.
Por isso não podiam celebrar,
Porque celebravam a mentira e o esquecimento.
As gerações têm se sucedido na preservação da tocha da
memória mas para que toda a Verdade
prevaleça é preciso acender uma fogueira.
Foi isso que me disseram as fotos que vi esta noite nos
sites. Mais uma vez a Avenida Rio Branco
era o cenário de luta. Nos anos 90, lá estavam os cara-pintadas. Nos 80,
os que pediam diretas-já e Constituinte. Nos anos 70, os que cobravam Anistia e liberdades
democráticas. Nos anos 60, os que enfrentaram a ditadura com palavras ou com
armas.
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