sexta-feira, 30 de março de 2012

Protesto contra o esquecimento



Sem memória, não há Cultura, não há História nem  Civilização. Assim mesmo, todas em caixa alta. 
A violência e o conflito  pontuam toda a História mas se a humanidade tivesse posto a pedra do esquecimento sobre  as  piores passagens da jornada, a civilização não teria vencido a barbárie.
Os mortos, os feridos e os vencidos só podem ser vingados pela memória, pela recordação da verdade, para que ela não se repita. Esquecê-los é novamente matá-los e feri-los. É tratá-los como  banais coisas perdidas em algum furacão ou tempestade.
O esquecimento é analgésico, a verdade é antídoto.
Nos momentos de muita dor, esquecer pode ser uma estratégia de sobrevivência, uma ponte na travessia.   Mas , passada a noite escura,  é com a verdade que caminhamos sob o sol.
 Por isso os que foram ao Clube Militar na quinta-feira, 29 de março,  protestar contra a celebração dos 48 anos do golpe militar de 19 64 estão com a razão e com a verdade.
Do lado de dentro estavam os que negam a Verdade.
Os  que esconderam ou queimaram documentos e provas.
Os que apagaram os nomes dos mortos
Nem contam como eles morreram.
Os que não explicam os desaparecimentos
Dos porões nem revelam as covas do Araguaia.
Os que ainda chamam o golpe de revolução.
Por isso não podiam celebrar,
Porque celebravam a mentira e o esquecimento.
As gerações têm se sucedido na preservação da tocha da memória  mas para que toda a Verdade prevaleça é preciso acender uma fogueira.
Foi isso que me disseram as fotos que vi esta noite nos sites. Mais uma vez a Avenida Rio Branco  era o cenário de luta. Nos anos 90, lá estavam os cara-pintadas. Nos 80, os que pediam diretas-já e Constituinte.  Nos anos 70, os que cobravam Anistia e liberdades democráticas. Nos anos 60, os que enfrentaram a ditadura com palavras ou com armas.





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