O governo Michel Temer está
completando a obra de demolição da Empresa Brasil de Comunicação – EBC com
empresa gestora do sistema nacional de comunicação pública, que a exemplo dos
similares existentes nas melhores democracia, foi criada para garantir mais
pluralismo e diversidade na oferta de informação e conteúdos, não para fazer
proselitismo governamental. Mas é nisso que o governo vem transformando a
EBC, em sua própria agência de
comunicação, desde a intervenção que destituiu ilegalmente um presidente mandatado,
promoveu uma caça às bruxas entre funcionários e acabou com o Conselho Curador e com o mandato
do maior dirigente, instrumentos que garantiam a independência da EBC em
relação ao governo.
Agora, o Conselho de Administração
determina um “realinhamento” que contraria a lei de criação da empresa, ao
determinar que a Agência Brasil deixe de produzir notícias gerais de interesse
público, de livre acesso e utilizadas por centenas de veículos país afora, e
passe a divulgar apenas “conteúdos estatais”, vale dizer, notícias boas para o
governo. Para isso, o governo devia se valer apenas de canais governamentais,
como a TV NBR e a Voz do Brasil, operados pela EBC, de forma estanque, não os
confundindo com os canais públicos.
Como é
sabido, fui a primeira diretora-presidente da EBC, num período em que, com o
apoio do ex-presidente Lula e do ex-ministro Franklin Martins, e ao lado de
centenas de apoiadores e funcionários, lançamos as bases de uma EBC
efetivamente pública. Implantamos a TV Brasil e imprimimos gestão pública,
fiscalizada pelo Conselho Curador e em sintonia com os princípios da lei, às
emissoras de rádio já existentes e à Agência Brasil. As gestões que me
sucederam, dirigidas por Nelson Breve, Américo Martins e Ricardo Melo, deram
continuidade a este esforço, buscando sempre fazer da EBC uma instituição
independente, destinada a aprimorar a vivência democrática com a oferta de
programação apartidária, isenta, pluralista e complementar à dos veículos
privados.
Temer,
logo que empossado, partiu com fúria contra a EBC. Agora, trata de liquidar o
que resta de comunicação pública. Aquilo de que nos acusavam, de estar criando
aparelho político com uma programação chapa-branca, está sendo feito
escancaradamente, sob o silêncio cumplice da maioria da mídia. Um retrocesso lamentável, condenável,
confirmador de que vivemos realmente em tempos autoritários e regressivos ao
atraso.
Pá de cal na EBC pública
O governo Michel Temer está completando a obra de demolição da Empresa Brasil de Comunicação – EBC com empresa gestora do sistema nacional de comunicação pública, que a exemplo dos similares existentes nas melhores democracia, foi criada para garantir mais pluralismo e diversidade na oferta de informação e conteúdos, não para fazer proselitismo governamental. Mas é nisso que o governo vem transformando a EBC, em sua própria agência de comunicação, de...
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