segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O lapso de Serra

Nao sei o que fizeram outras televisões,  mas na TV Brasil , só encerramos a transmissão ao vivo da apuração eleitoral depois que José Serra se pronunciou, após o discurso de Dilma.

Conheço Serra há mais de 30 anos. Ainda que meu amigos tucanos não entendam que dirigir a TV Publica não seja o mesmo que filiar-se ao PT, ( porque ela, a TV, não é governamental nem partidária, é da sociedade democrática),   tenho por ele a mesma amizade que construimos quando ele chegou a Brasilia como deputado estreante, em 1987.  Nos conhecemos na noite em que ele chegou com  Claudio Abramo a uma festa de anivesário que eu estava dando.  Claudio foi que nos apresentou.  Eu era uma jovem colunista politica, ele um promissor quadro político e eu sabia disso. Muitas vezes demonstrei-lhe  minha amizade e respeito. Tenho dele alguns livros com as dedicatórias mais inteligentes e espirituosas da estante.

Por conhecê-lo, sei o que significou aquele travo em público, aquela dificuldade para começar a falar, e o lapso verbal que teve durante a fala. Um lapso que a seus amigos deve ter parecido  enorme.  A dor da derrota estava sendo maior que a vaidade. Ele se comuncia bem, tem apreço pela expressão e pela linguagem. Estava realmente travado mas foi altivo.

Serra seria um grande presidente. Poderá ser, nunca se sabe.  Foi derrotado, duas vezes, pela adversidade do ambiente. Estava contra a corrente em 2002 e novamente agora. Lula formulou isso bem a seu modo, dizendo que Serra deu azar duas vezes. Rui Barbosa  passou por isso. Ulysses Guimarães também. Nem por isso deixaram de entrar para a História. 

TC

Um comentário:

  1. O sr. José Serra,concordo com a colunista, ficou sim muito arrasado, discordo apenas do motivo do lapso verbal, arrasado porque ser presidente era seu vaidoso projeto, só seu, e ser presidente é servir publicamente ao país acima de qualquer vaidade e ontem vimos Serra ter seu projeto pessoal perdido e ele vaidosamente arrasado.

    ResponderExcluir