sábado, 30 de julho de 2011

Cenas de Julho

Eles chegam em julho, todos os anos. Às vezes no início, às vezes no final. São aves migratórias, os patos canadenses, pretos e barulhentos. As garças, brancas e silenciosas. Vêm de longe, vêm do hemisfério norte.

Os patos voam em bandas e cobrem o lago como um tapete escuro. Ali, naquele rapido ritual predatório, eles mergulham e voltam com um peixe pequeno na boca. Levantam voo de forma ruidosa e vão pousar em outra parte do lado. Quando estão saciados, repousam no trapiche de madeira, que fica apinhado.

As garcaz enfeitam as margens, como um colar de pérolas alvas.  Cada qual faz seu mergulho, quando lhe apetece.

À noite, nao sei onde dormem.

Antes de Setembro, eles se vão.  Menos uma, a garça solitária que há alguns anos zanza por aqui.

Este ano está mais frio e mais ventoso.  Tempo de mudança. Mas as garças e os patos vieram mais numerosos, por alguma razão. Eles falam que a vida segue e que a natureza está em ordem, quando nos oferecem novamente o cartão postal do mês de Julho no Lago Norte de Brasilia.

TC

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